A alfabetização é um direito de todas as crianças. Mas nem todos aprendem da mesma forma nem no mesmo ritmo e é comum que as diferenças que seriam naturais nesse processo tornem-se defasagens ao longo do ano letivo ou mesmo da escolaridade, fazendo com que alguns fiquem “para trás”, por não terem tido o apoio específico e adequado nos momentos em que precisaram. Esses estudantes podem se sentir desestimulados ou até constrangidos por não acompanharem as aprendizagens do grupo e irem, assim, construindo uma percepção de que não podem aprender.

O livro “Equidade na alfabetização: um olhar atento para os que mais precisam” marca essa diversidade inerente à sala de aula e propõe às professoras alfabetizadoras reflexões e estratégias para realizar um bom diagnóstico (não só com instrumentos formais, mas também pela observação permanente) e lançar mão de estratégias em sala de aula para identificar como cada criança está se relacionando com os conhecimentos e propor situações que possam contemplar a diversidade de necessidades específicas que cada uma apresenta.

Ele foi produzido no contexto de uma parceria estabelecida entre a Comunidade Educativa CEDAC, o Instituto Gesto e a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre que, em meio às restrições impostas pela pandemia de covid-19 e aos seus efeitos na rede de ensino municipal, foi motivada a formular uma política pública comprometida com a garantia dos direitos de aprendizagem das e dos estudantes, denominada “Alfabetiza+poa”.

A ideia para sua elaboração levou em conta os encontros formativos já realizados com educadores locais, o conhecimento obtido acerca da realidade da rede municipal de ensino de Porto Alegre e, principalmente, as trocas de experiências ocorridas. Assim, entendemos que uma contribuição significativa seria a produção de um material que auxiliasse professores alfabetizadores a zelar pelo progresso de estudantes ao longo de seus percursos de aprendizagem em direção ao pleno domínio da escrita, evitando que alguns deles acumulem defasagens e avancem menos do que poderiam em seu trajeto individual nesta etapa essencial da educação formal. Defasagens acentuadas no processo de alfabetização podem acarretar prejuízos consideráveis no desenvolvimento dos aprendizes, tanto do ponto de vista afetivo como cognitivo, superá-las, exige empenho, dedicação e esforço de quem aprende, de quem ensina e também de toda a equipe escolar.

Conheça alguns dos objetivos do livro:

• Oferecer auxílio para que professores alfabetizadores tenham condições de identificar crianças que, desde o início e ao longo do processo de alfabetização, se encontrem potencialmente em situação de risco de defasagem quanto à aprendizagem inicial da escrita;
• Dar suporte à ação de docentes para que possam ajudar da forma necessária cada uma das crianças identificadas em potencial risco de defasagem, considerando suas necessidades específicas;
• Colaborar para o desenvolvimento de uma prática pedagógica comprometida com a equidade educacional, na qual estudantes tenham suas necessidades específicas atendidas e possam avançar de modo satisfatório em direção à efetiva aprendizagem da escrita, em seu alcance mais amplo.

Confira a live que produzimos com a coordenadora Paula Stella:

Acesse também:

Playlist em nosso YouTube com vídeos sobre alfabetização
E-book “Tempo de aprender – o que não fazer em sala de aula”