Instituída em abril de 2019 pelo Ministério da Educação, a Política Nacional de Alfabetização (PNA) tem o propósito de “elevar a qualidade da alfabetização e combater o analfabetismo em todo o território brasileiro” por meio do fomento a programas e ações voltados à alfabetização.
Conta pra mim e Tempo de aprender são programas que materializam essa política. O primeiro, voltado para a primeira infância, tem como objetivo a ampla promoção da Literacia Familiar e dirige-se aos familiares das crianças, convocados a colaborar com a aprendizagem da linguagem oral, da leitura e da escrita que se inicia em casa, na convivência entre eles e as crianças.

Já o segundo destina-se a educadores de redes públicas municipais, estaduais e distrital, responsáveis por turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, além de gestores escolares e dirigentes dessas redes. Seu objetivo é “elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem no âmbito da alfabetização, da literacia e da numeracia, sobretudo nos primeiros anos do Ensino Fundamental, por meio de abordagens cientificamente fundamentadas”.

Neste artigo inédito, Paula Stella analisa o Programa Tempo de Aprender, apontando como contraria concepções da BNCC e trata ler e compreender como capacidades distintas.

Paula Stella é pedagoga e mestre em Didática da Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo. Dedicou-se inicialmente à docência e à coordenação pedagógica de turmas de educação infantil e alfabetização. Trabalha como formadora de educadores de redes públicas de ensino, tendo colaborado em projetos implementados pelo Centro de estudos da Escola da Vila, Comunidade Educativa CEDAC e Laboratório de Educação. Leciona em cursos de graduação em Pedagogia e pós-graduação do Instituto Superior Vera Cruz. É coautora de Ensinar: tarefa para profissionais (Record, 2007) e de Formación Docente en lectura y escritura (Paidós, 2009).