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Itinerário de leitura

Centro e periferia são ideias “naturais” em nosso cotidiano, mas poucas vezes paramos para pensar que elas indicam, ao mesmo tempo, lugares diferentes e complementares. Afinal, não temos uma periferia sem um centro, ou vice versa. O que temos é um ponto de referência e a distância que consideramos a partir dele.

A literatura nos ajuda a perceber que bairros, países, culturas e etnias são, na verdade, construções históricas que têm origem, muitas vezes, em um passado no qual a dependência política era mais imediata. O Brasil, como exemplo próximo, era uma colônia do império português que tinha como principal força de trabalho os africanos escravizados. Essa construção estabelecia que algumas etnias e culturas não faziam parte da cultura oficial,
controlada pelos “centros” de poder. Ainda assim, nas brechas possíveis esses grupos produziam suas manifestações culturais e religiosas, o que significava (e ainda significa) que as pessoas eram (e são) avaliadas de acordo com o lugar que ocupavam (e ocupam) nessa complexa cartografia social e cultural.

As artes, sendo a literatura uma delas, permitem deslocamentos ou mudanças de perspectivas em relação a essas assimetrias e desigualdades. Além de nos ajudar a compreender o mundo e a nós mesmos, elas nos fornecem meios para transformar a realidade. Neste mapa ficcional, onde vários territórios se mesclam, o leitor é convidado a percorrer itinerários traçados por produções artísticas de diferentes nacionalidades, etnias e culturas, construindo caminhos possíveis para experimentar outros pontos de vista.

Ao nos movimentarmos, percebemos que “centros” e “periferias” são lugares instáveis que podem – e devem – mudar de posição, tanto no que é real como na imaginação.

Autor: Comunidade Educativa CEDAC
Ano: 2018
Parceria: Câmara Brasileira do Livro e Editora Moderna

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