Mónica Escobar e Veronica Grimaldi, duas especialistas argentinas que são referência para a equipe da Comunidade Educativa CEDAC, publicaram em 2015 este artigo que aborda novas políticas coordenadas para pensar e transformar práticas de ensino. Trazemos aqui uma tradução adaptada para ampliar as reflexões sobre matemática.
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Investigar sobre o ensino da matemática necessariamente nos leva a considerar o contexto social, político e cultural a partir do qual estamos refletindo. Está claro que ensinar matemática hoje não é o mesmo que há muito tempo, quando as condições do sistema eram outras. Nem será a mesma coisa, certamente, dentro de alguns anos. Mas também é interessante pensar que certas ideias sobre o ensino de matemática que circulam socialmente hoje não são necessariamente as mesmas em cada um dos níveis educacionais, nem mesmo em cada instituição.
Essa diversidade de perspectivas possíveis enfrenta um grande desafio: como consolidar um sistema educacional em que o ensino de matemática tenha objetivos claros e definidos, quando pensamos em e a partir de uma diversidade de contextos, de olhares, de ideias?
As propostas curriculares tentam, nesse sentido, oferecer uma estrutura política e epistemológica, diretrizes que não pretendem homogeneizar as práticas de ensino, mas favorecer um tipo de posicionamento dos professores com relação à sua tarefa. “As propostas curriculares – ao estabelecer intenções, marcam uma direção – limitam; mas ao deixar explícitos os fundamentos de cada uma de suas decisões, viabilizam e estabelecem um novo lugar o exercício profissional da docência”. (Terigi, citada por DGCyE, 2007).
Uma ideia que está no centro das políticas educacionais dos últimos anos é a de educação e conhecimento como direitos pessoais e sociais garantidos pelo Estado. Necessariamente ligada a esses direitos, surge a ideia de inclusão educacional. “É necessário avançar, a partir do entendimento de que todos podem aprender, rumo a uma ética que restaure o direito de todos às mesmas oportunidades, oferecendo-lhes possibilidades específicas. Trata-se de colocar sujeitos e grupos diversos e desiguais em contato com conhecimentos da cultura universal, sem deixar de reconhecer as diversidades, o que significa desistir de todas as tentações de homogeneidade.” (DGCyE, 2007).
Como essas novas coordenadas políticas desafiam o ensino de matemática nas salas de aula reais de nossas instituições educacionais atuais?
(Texto da introdução do artigo)
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