Os desafios do cenário educacional, uma reflexão coletiva sobre letramento racial e as experiências da Roda Educativa com a promoção da educação inclusiva, a avaliação e a produção de materiais didáticos, no âmbito de três dos nossos projetos, foram os destaques do nosso primeiro seminário interno do ano, realizado no início de julho.
Os seminários para a troca de práticas e saberes é uma marca do trabalho da Roda não só nos municípios com os quais trabalhamos, mas também como um momento fundamental no processo de formação interna. O evento, que reuniu as equipes dos 12 projetos em implementação no primeiro semestre do ano, foi realizado em São Paulo, com participação presencial da equipe baseada nesse Estado e remota dos profissionais de outros lugares.
A abertura ficou por conta da diretora-presidente Tereza Perez, que chamou a atenção para alguns temas-chave no debate educacional contemporâneo. Abordou a crise climática, o seu impacto nas escolas e as movimentações do Ministério da Educação (MEC) para a discussão do tema. Ela também destacou a Escola das Adolescências e a ação do MEC de ouvir as/os estudantes para aprimorar suas políticas educacionais para o Ensino Fundamental 2. Por fim, reiterou o nosso compromisso com a educação antirracista e o potencial do que podemos aprender com os povos originários.
Na sequência, a coordenadora pedagógica Priscila de Giovani anunciou o que a Roda tem produzido na frente de gestão de conhecimento e pesquisa e também comandou a exposição “A ampliação dos saberes docentes por meio do uso de materiais pedagógicos” no contexto do Projeto Trilhos da Alfabetização, que contou ainda com uma oficina “mão na massa” e uma explanação, pela parte da equipe do projeto (Érica de Faria, Andrea Luize e Laís de Oliveira), das publicações entregues aos educadores dos municípios que participam do Trilhos, como o material para educadores “Formação na Escola”, os cadernos dos estudantes, os jogos matemáticos e a ampliação dos acervos de livros literários das escolas.
A manhã terminou com a coordenadora pedagógica Angela Luiz compartilhando com o grupo os aprendizados alcançados no processo de avaliação do Programa Suzano de Educação e a sua importância para a gestão do projeto, com ênfase para a articulação entre os parceiros técnicos e a Suzano para a colaboração e transparência na construção de todo o percurso, bem como o acompanhamento como estratégia de validação e ajustes nas estratégias.
No período da tarde, a coordenadora pedagógica Márcia Cristina da Silva e o formador Gabriel Limaverde apresentaram a experiência em Itapevi/SP com a educação especial na perspectiva inclusiva, no contexto do Programa Melhoria da Educação Municipal. O educador explicou conceitos e concepções fundamentais sobre o tema e falou mais sobre o processo do município para tornar as suas escolas mais inclusivas e como acontecem as formações das/os educadoras/es.
O fechamento do dia ficou por conta de uma roda de conversa com a escritora, pesquisadora, socióloga e consultora na área de leitura, literatura e relações étnico-raciais, Neide Almeida. Um bate-papo muito valioso sobre letramento racial crítico na formação de leitoras/es e como quem atua nessa mediação assume esse papel de referência para as crianças e jovens com o que é lido, indicado e escolhido para as sessões de leitura. “Nós somos mediadores a partir do lugar de leitores. Então, como é que a gente incide na formação de outros leitores? Como é que essa literatura contra o efêmero vai sendo também transformada e traz para a cena outras representações, outras perspectivas de mundo, de si e do outro?”, destacou ela, fazendo referência ao ensaio “A literatura contra o efêmero”, de Umberto Eco (2001), uma das diversas obras que a convidada citou ao longo da sua fala.