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Relatório anual 2020

O que conseguimos fazer de bom na pandemia que queremos manter? O que foi ruim e não queremos que perpetue? E o que já era ruim antes e que não queremos mais? Essas três perguntas, inspiradas pelos questionamentos de um diretor uruguaio, guiaram as reflexões e ações da nossa Comunidade em 2020 e 2021.

Vamos destacar, não numa tentativa alienada de ignorar a dor da pandemia, mas como um esforço de recriação das nossas práticas, o que aprendemos com os educadores e redes de ensino que se dedicaram a criar condições para garantir as aprendizagens dos seus estudantes:

Muitas equipes escolares estabeleceram forte interação com as famílias que, passaram de aliadas eventuais a parceiros obrigatórios para o sucesso de uma rotina de atividades especialmente com os mais novos. Por sua vez, as famílias perceberam e valorizaram o papel da escola no desenvolvimento dos seus filhos. Esse maior envolvimento gerou muitas vezes sobrecarga em mães e pais que trabalham, mas essa mexida nos papeis pode ter aberto um canal de maior empatia e diálogo que esperamos que fique.

Além disso, tivemos experiências interessantes de tirar do papel a intersetorialidade e ver a articulação da Educação com os conselhos, assistentes sociais, agentes de saúde para estabelecer uma rede de proteção a crianças, adolescentes e jovens.

E não podemos deixar de falar da questão digital que se impôs na pandemia: acesso a uma rede de internet e equipamentos passaram a ser pré-requisito para a continuidade do percurso escolar. Apesar dos esforços de muitas redes para chegar aos estudantes por outras formas, a pandemia exigiu um novo olhar para a questão do acesso, para incluir as condições de realizar as atividades on-line. Da mesma forma, a formação de educadores hoje pressupõe a ampliação das competências digitais e o planejamento de situações didáticas que considerem esse universo.

Participamos do movimento Reviravolta da Escola, com o objetivo de aproveitar a situação inédita da escola fechada por tanto tempo, para reavaliar cânones: seu tempo, seu espaço.

 

A tentativa de homogeneizar as aprendizagens, passando por cima não só das desigualdade das condições mas das nossas diferenças, caiu por terra. Somos diversos,  não aprendemos no mesmo ritmo, nem da mesma forma.”

TEREZA PEREZ, DIRETORA-PRESIDENTE DA CE CEDAC.

 

Não há mais como idealizar uma sala de aula que nivele todos. E para isso podemos recorrer ao formidável conceito de Flávia Terigi, de monocronia da escola, essa suposição de que todos vão aprender o mesmo ao mesmo tempo.

Nos projetos, ajustamos as ações de formação para o formato on-line, procurando dar apoio à equipe interna e aos participantes nessa transição, revimos conteúdos e estratégias, desenvolvemos novos produtos. Buscando alcançar um número maior de educadores, também pautamos diferentes aspectos em conversas abertas nas nossas redes: formação de leitores, relações família-escola, oportunidades educacionais, todos desafios que já faziam parte da nossa prática mas que ganharam contornos mais dramáticos no contexto da pandemia.

Nas próximas páginas compartilhamos, de maneira breve, o que procuramos fazer em cada projeto e nas nossas ações de forma geral para que o nosso trabalho continuasse promovendo aprendizagens e fizesse sentido mesmo em um cenário tão incerto.

(Texto de abertura)

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