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24/11/2016

“Ninguém vai falar de Matemática?” encerra ciclo de encontros temáticos com parceiros deste ano

O encontro intitulado “Ninguém vai falar de Matemática?”, conduzido pela coordenadora pedagógica Simone Azevedo na sede da Comunidade Educativa CEDAC no último dia 18/11, marcou o encerramento do Ciclo de Encontros com parceiros deste ano. Ao todo, foram quatro encontros realizados ao longo do segundo semestre, com a intenção de compartilhar as nossas reflexões em alguns dos temas mais relevantes no debate educacional atual.

Participaram dessa última conversa Fernando Carnaúba (Somos Educação e Fundação Lemann) e quatro representantes da equipe técnica de Educação Infantil da Secretaria de Educação de Aracruz (ES) – Maria Goretti Moro, Nadya Maria Miranda, Regina Fraga e Maria Aparecida Vieira. Da parte da CE CEDAC, além de Simone, estavam presentes a diretora Patrícia Diaz, a coordenadora Maura Barbosa e as formadoras Silvana Augusto e Maria Candida Di Pierro (da área de Matemática). Todos contribuíram nas reflexões sobre os desafios da educação matemática no Brasil.

Os três encontros anteriores foram sobre “Financiamento da Educação: Desafios do Gestor da Educação Pública” (com Fernando Mendes); “Os Efeitos da colaboração entre municípios na melhoria da educação nos territórios”  (com Tereza Perez e Angela Luiz) e “Formação de Leitores: para além do discurso de valorização da leitura”, com Sandra Medrano. Participaram parceiros da FTD Educação, da Editora Moderna/Fundação Santillana, do Instituto InterCement, da Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo do Rio Abaixo. Também tivemos a participação especial da equipe da Secretaria Municipal de Educação de Franco da Rocha.

Na conversa sobre Matemática, Simone resgatou o histórico de trabalho da Comunidade Educativa CEDAC na área e trouxe a voz das crianças, professores, pesquisadores, dados oficiais e históricos para provocar reflexões sobre o lugar da formação inicial e continuada em matemática no Brasil. Dentre as experiências, destacou o trabalho realizado no curso de Jogos de Geometria em Santos (2016)- uma parceria com a Associação Parceiros da Educação, com patrocínio do Instituto HSBC,  –  e no âmbito do programa Ação Educação da Fundação Vale (2012 a 2014).

A coordenadora provocou o grupo a pensar sobre por que a crianças passam de um estado de encantamento com a matemática para um estado em que não gostam mais. Foi uma conversa bastante instigante e motivadora para que busquemos mais formas de registrar e divulgar o trabalho formativo da Comunidade Educativa CEDAC, articulando parceiros para ampliar e aprofundar a formação nessa área do conhecimento.

Nas reflexões finais, Fernando Carnaúba comentou: “É difícil encontrar produções no Brasil em que os princípios de teóricos como [Guy] Brousseau [teórico francês da didática da matemática] sejam explicitados no nível de concretização de sequências didáticas da sala de aula”.

Nadya, de Aracruz, disse perceber que a Matemática ainda não conquistou seu espaço de sentido na escola: “Os alunos vão chegando às séries finais do Ensino Fundamental e perdem aquela curiosidade típica das crianças, não vendo sentido algum para o que aprendem, é uma aprendizagem mecânica”.

Como disse Brousseau, “Não se trata somente de ensinar os rudimentos de uma técnica, nem sequer os fundamentos de uma cultura: as matemáticas […] são o primeiro domínio (espaço) – e o mais importante – em que os alunos podem aprender os rudimentos da gestão individual e social da verdade. Aprendem nele – ou deveriam aprender nele – não só os fundamentos de sua atividade cognitiva, mas, também, as regras sociais do debate e da tomada de decisões pertinentes: como convencer respeitando o interlocutor; como deixar-se convencer contra seu desejo ou seu interesse, como renunciar à autoridade, à sedução, à retórica, à forma, para compartilhar o que será uma verdade comum […] Sou daqueles que pensam que a educação matemática, e em particular a educação matemática de que acabo de falar, é necessária para a cultura de uma sociedade que quer ser uma democracia.”

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