A Comunidade Educativa CEDAC deu início neste dia 6 às suas atividades na 25ª Bienal Internacional do Livro. O lançamento dos Itinerários de Leitura encerrou com chave de ouro o primeiro dia da participação da organização no maior evento do mercado editorial brasileiro.
O material impresso que está sendo distribuído aos visitantes da Bienal é resultado de uma parceria com a Câmara Brasileira do Livro, com apoio da Editora Moderna, Instituto Pró-Livro e Associação Brasileira de Difusão do Livro. Trata-se de um mapa indicando alguns caminhos de leitura que percorrem diferentes territórios (brasileiros, afro, indígena, latino, outros territórios reais e imaginários) e passam por diferentes gêneros discursivos (livro álbum, romance, conto/novela, HQ, ficção científica). É possível navegar por um único território, escolher um gênero e passar por diferentes territórios, ou ainda navegar livremente pelo universo ficcional e artístico.
“Além de livros, selecionamos expressões artísticas como: cinema, teatro, música e artes visuais”, disse Tereza Perez, diretora- presidente da CE CEDAC antes de passar à palavra para a educadora social Bel Santos Mayer, que, em palestra intitulada “Quem são responsáveis pela formação do leitor?”, contou a sua experiência com bibliotecas comunitárias e falou da importância de respeitarmos a autonomia do leitor nas diferentes ações que desenvolvemos. “Como Tereza disse, esses itinerários mostram algumas possibilidades de percurso, que não têm um começo e um fim definidos.”
A curadoria feita pela equipe CE CEDAC e colaboradores convidados buscou uma seleção de livros e outras manifestações artísticas que abordam a possibilidade de olhar a realidade a partir de outros pontos de vistas, que podem estar naturalizados socialmente.
Na parte da manhã, Tereza participou da discussão “Estamos construindo um país de leitores? Desafios para garantir o direito à leitura”, que contou com a apresentação de Ana Lucia Lima (Conhecimento Social) dos resultados preliminares, em primeira mão, das pesquisas do INAF (Indicador de Analfabetismo Funcional), e do Retratos da Leitura, realizada pelo Instituto Pró-Livro. Na pauta dos debatedores, quais os impactos do analfabetismo funcional no desenvolvimento social, na construção da nossa democracia e na escolha dos nossos governantes?
Além de Tereza e Ana, participaram Zoara Failla (Retratos da Leitura no Brasil); Eduardo Giannetti (economista e sociólogo); Maria Rebeca Otero Gomes (UNESCO), e Anna Helena Altenfelder, do CENPEC.
Foram abordadas questões estruturais como a relação entre escolaridade e alfabetismo. Ana Lucia destacou, nos dados apresentados, que entre 2007 e 2018 melhoraram os percentuais de analfabetismo funcional, mas o contingente de proficientes ficou estagnado em 12%. A especialista disse que para melhorar esse quadro precisamos melhorar a aprendizagem na escola, já que hoje o acesso a ela foi praticamente universalizado. “Agora estão todos na escola. Se eu não melhorar a aprendizagem não vai mudar o quadro.” Tereza falou da relação entre as competências que esperamos dos estudantes e aquelas que são exigidas dos educadores para que possam criar as condições para a aprendizagem e desenvolvimento dos seus alunos.
A programação da CE CEDAC segue até o dia 10 de agosto, com oficinas , palestras e mesas redondas que abordam temas relacionados a:
- formação de leitores, desde a primeira infância
- formação de professores para formar leitores
- literatura infantil na escola
Neste dia 7, a formadora Cristiane Tavares faz a palestra: “É preciso ser leitor para formar alunos leitores?” no Espaço do Saber. Às 14h30, Alda Beraldo conduz, no Espaço Infantil, a oficina “Mergulhando no universo literário de Marina Colasanti”.
Para conhecer a programação acesse o link:
Não é necessário fazer inscrição prévia. Mas os espaços estão sujeitos à lotação e a inscrição será feita na hora, por ordem de chegada e retirada de senha. A organização da Bienal recomenda que os interessados cheguem com 15 minutos de antecedência.