O Dia Mundial da Alfabetização, comemorado em 8 de setembro, marca a importância do tema e traz reflexões sobre os desafios que ainda temos para fazer com que todas as pessoas nascidas no Brasil saibam ler e escrever. Em 2023, essa data vem também para reforçar o legado da psicolinguista argentina, pedagoga e pesquisadora Emilia Ferreiro, falecida no final de agosto e que levou gerações de educadores na América Latina a compreender o processo de alfabetização com a complexidade que ele merece.
Segundo o IBGE, em 2022, o país alcançou a marca de 9,6 milhões de pessoas com mais de 15 anos que não sabiam ler e escrever, a maior parte delas concentradas nas regiões norte e nordeste. Mas não é um problema que afeta só os mais velhos. Crianças que estão na escola hoje não necessariamente estão tendo esse direito garantido, o que compromete a sua trajetória de aprendizagens na vida e na escola, já que sem o domínio da leitura, não conseguem avançar nos conhecimentos de outras áreas. Após a pandemia da covid-19, os dados do último SAEB indicam que 6 em cada 10 crianças do Ensino Fundamental não estavam alfabetizadas.
Mas o que é então estar alfabetizado hoje? Não se trata mais de escrever o “próprio nome” (como o Censo definia décadas atrás) ou só entender como o sistema alfabético de escrita funciona (como algumas cartilhas defendiam antigamente e ainda hoje), envolve saberes muito mais amplos e implica muitos desafios, como por exemplo, saber adequar o uso da língua para um determinado contexto social, ou seja, a necessidade de comunicar-se em diferentes situações, adequando tom, mensagem ao interlocutor e a intenção.
Assim, consideramos que uma pessoa é alfabetizada quando compreende o que está escrito, mas também o que não está explícito, considerando os diversos gêneros, desde os mais simples até os mais complexos. Saber ler não é decifrar, ou seja, não é só juntar as letras e formar palavras, ler significa compreender o que leu, construir sentidos para o texto.
Pensando a partir dessa concepção, como fazer da escola um ambiente alfabetizador? Como cuidar da formação de um professor alfabetizador? Para subsidiar essas e outras reflexões sobre o tema, organizamos essa lista de indicações da Comunidade Educativa CEDAC, com vídeos e publicações que já fizemos, um curso gratuito que oferecemos em parceria e matérias das quais participamos. Confira:
Vídeos
Live: Como a formação de professores alfabetizadores chega à sala de aula?
Vídeo da transmissão feita pela CE CEDAC no dia 05/09 para a Semana Mundial de Alfabetização – ação promovida pela Rede Latino-Americana de Alfabetização. O bate-papo foca na formação de professores – pilar estruturante nos esforços para avançarmos no quadro da alfabetização no nosso país. Com as nossas coordenadoras pedagógicas Fátima Fonseca e Silvia Fuertes, a formadora Debora Samori e participação da professora Liliane Carneiro, de Itaguaí/RJ, município que é nosso parceiro no projeto Trilhos da Alfabetização com a Fundação Vale.
Diálogos com a comunidade – Alfabetizar: tarefa para profissionais!
Existe diferença entre professor e professor alfabetizador? O que faz de um profissional um bom professor alfabetizador? Sua formação precisa ser diferente? Essas são algumas das questões que a nossa diretora Patrícia Diaz responde nesse vídeo.
Equidade na alfabetização: Do diagnóstico ao acompanhamento das aprendizagens
Vídeo da transmissão on-line realizada em parceria com o Instituto Gesto e a Secretaria Municipal de Porto Alegre, com nossa coordenadora pedagógica Paula Stella. Ela é autora do e-book ‘Equidade na Alfabetização’, que discute os caminhos para assegurar condições para todas as crianças se alfabetizarem.
Confira mais vídeos em nossa playlist de alfabetização no YouTube
Live de relançamento da Rede Latino-Americana de Alfabetização
Transmissão do evento on-line que marcou o retorno da Red, uma iniciativa que tem como objetivo principal a defesa dos direitos das crianças, jovens e pessoas adultas de serem escutadas e respeitadas em seus processos de apropriação das culturas do escrito e estimular o intercâmbio entre pesquisadores, professores, formadores e gestores da Educação Básica e do Ensino Superior na América Latina. Com o diretor de políticas e diretrizes da educação do MEC (@mineducacao), Alexsandro Santos, a diretora nacional de formação do MEC, Cybele Amado, e o diretor da Faced/UFBA, Roberto Sidnei Macedo, participação especial de Délia Lerner e homenagens a Emília Ferreiro e Telma Weisz.
Publicação
E-book “Equidade na alfabetização: um olhar atento para os que mais precisam”
A alfabetização é um direito de todas as crianças. Mas nem todas elas aprendem da mesma forma ou em um mesmo ritmo. É para marcar essa diversidade inerente à sala de aula e propor às professoras e aos professores alfabetizadores reflexões e estratégias para realizar um bom diagnóstico, lançar mão de estratégias para identificar como cada estudante está se relacionando com os conhecimentos e propor situações que possam contemplar as necessidades que lançamos esse livro. A publicação é fruto de uma parceria estabelecida entre a Comunidade Educativa CEDAC, o Instituto Gesto e a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre.
Na mídia
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é avanço, mas precisa de revisão para não ampliar desigualdades
A matéria do site do Centro de Referências em Educação Integral repercutiu o lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada do Governo Federal e contou com a participação da diretora da CE CEDAC Patrícia Diaz.
Brasil fica entre os últimos colocados em prova internacional de alfabetização
Reportagem da Rádio CNN sobre o resultado do Pirls (sigla em inglês para Progress in International Reading Literacy Study) que apontou o Brasil entre os últimos colocados quando o assunto é alfabetização. Com participação da diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC, Tereza Perez.
Curso
Alfabetização como foco da gestão educacional
Curso on-line, gratuito e autoformativo da plataforma Polo, do Itaú Social com parceria técnica da CE CEDAC. O Objetivo é apoiar as equipes técnicas de Secretarias Municipais de Educação em sua política de alfabetização, considerando os desafios do momento atual (após um longo tempo sem atividades presenciais em virtude da pandemia) e também considerando o que significa ser alfabetizado e alfabetizar nos tempos atuais.