As coordenadoras pedagógicas da Comunidade Educativa CEDAC Maura Barbosa e Sandra Medrano foram juradas em dois importantes prêmios que celebram respectivamente a educação e a cultura nacional.
Sandra integrou o júri do Prêmio Barco a Vapor (Premio El Barco de Vapor), que é promovido pela Fundação SM nos nove países onde o Grupo SM atua: Brasil, Chile, México, Argentina, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, Peru e Espanha. A Fundação é o braço do Grupo SM responsável pela realização do concurso. Sandra participou da segunda fase de seleção, juntamente com os escritores Noemi Jaffe e Julian Fuks.
O vencedor foi o romance “O cometa é um sol que não deu certo”, primeiro livro para crianças do pernambucano Tadeu de Melo Sarmento. Ao receber o prêmio, Tadeu disse que o reconhecimento foi muito importante para que ele tivesse mais consciência do lugar da leitura para as crianças e da seriedade de escrever para este público.
A cerimônia contou com fala de Pilar Lacerda, diretora da Fundação SM Brasil, que enfatizou a importância da escola na formação de leitores e criticou o movimento para tirar Paulo Freire como patrono da educação nacional.
A iniciativa da Fundação SM, que surgiu na Espanha em 1978, visa revelar novos autores, estimular a criação literária nacional e propiciar aos jovens leitores o acesso a textos inéditos e de qualidade. Além de R$ 40 mil como adiantamento de direitos autorais, o vencedor tem seu livro publicado na coleção Barco a Vapor, de Edições SM.
O site da Fundação SM informa que a obra foi premiada “pela consistência do enredo que, com lirismo e precisão, aborda um tema atual, de extrema relevância — o drama dos refugiados sírios, retratado pelos olhos de uma criança sensível —, e pela metáfora do título, que se desenvolve com sutileza a partir dos bastidores ficcionais de uma história real”.
O autor pernambucano também contabiliza em seu currículo o II Prêmio Pernambuco de Literatura, concedido a seu romance de estreia “Associação Robert Walser para sósias anônimos”.
A seguir, um trecho do livro “O cometa é um sol que não deu certo”.“Os dois vivem em um campo de refugiados e não são as únicas crianças por lá. É um lugar difícil para as crianças ficarem e também para os adultos, mas ninguém ali teve escolha.
Emanuel olha para o céu em direção às nuvens (não ao sol, mas às nuvens) e pensa que ninguém nunca tem escolha. Que as pessoas são iguais àquelas nuvenzinhas no céu, empurradas pelo vento sabe-se lá para aonde ou até quando.”
Educador Nota 10
Maura foi selecionadora dos projetos de diretores submetidos ao Prêmio Educador Nota 10. A vencedora dessa categoria foi a diretora Adriane Gallo, de Assis, no interior de São Paulo, com o projeto “Formação contínua dinamizando a escola”.
Adriane, ao assumir a gestão da escola Professora Coraly Julia Gonçalves Carneiro, iniciou um trabalho junto ao grupo de professores, em parceria com as vice-diretoras e as coordenadoras pedagógicas. O propósito foi o de qualificar a formação em contexto de trabalho, analisar os instrumentos de avaliação, estudar e propiciar boas trocas com docentes de outros municípios. Organizaram um evento, “Estabelecendo Parcerias e Compartilhando Ideias”, que ocorre a cada início e final de semestre. Além disso, buscou a parceria da Universidade Estadual Paulista (UNESP) para a formação continuada na escola.
Em entrevista durante a cerimônia de premiação, Maura destacou que a Adriane tem uma atuação muito consistente na gestão pedagógica e lidera a escola de forma democrática. “Ela faz uma leitura do contexto da escola sem julgamento e proporciona a articulação entre os diferentes segmentos da escola com um único propósito: que as crianças tenham sucesso na aprendizagem. Para que elas tenham sucesso, é superimportante olhar para esse contexto de formação e ela faz isso com maestria. Ela delega [a formação] aos coordenadores pedagógicos, estabelece e fortalece essa parceria”, afirmou.
Assista à entrevista de Maura: https://youtu.be/_FZej3B5INk
Para Maura, o funcionamento das instâncias democráticas da escola é outro grande mérito do trabalho de Adriane, que faz uma gestão participativa, não “imperativa”. A coordenadora da CE CEDAC disse que não se trata de “fazer o discurso da gestão democrática”, mas ter escuta, fazer com que as pessoas possam de fato participar, dar a sua opinião.
Criado em 1998, o Prêmio Educador Nota 10 reconhece professores da Educação Infantil ao Ensino Médio e também coordenadores pedagógicos e gestores escolares de todo o país. Milhares de educadores, de escolas públicas e privadas, inscrevem seu trabalho a cada edição do Prêmio em diferentes áreas de conhecimento.
Uma comissão selecionadora, composta por profissionais da Educação, especialistas nas diversas disciplinas, analisa todos os trabalhos recebidos e, entre eles, são escolhidos os 50 finalistas, entre os finalistas são escolhidos os dez Educadores Nota 10 e entre eles o Educador do Ano.
Os trabalhos premiados são ideias simples e corajosas que mostram a importância da aprendizagem de crianças e jovens e a tarefa de mantê-los numa boa escola, trabalho esse indispensável para a transformação deste país numa nação melhor e mais justa.
Em 2017, foram 5006 projetos inscritos, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior.
A educadora do ano foi a alfabetizadora indígena Elisângela Dell-Armelina Suruí , que construiu material didático junto com seus alunos e deu a eles o direito de aprender na língua materna, a paiter-suruí. Saiba mais na página da Fundação Victor Civita.
A Educadora Nota 10 Adriane Gallo e a selecionadora Maria Maura Gomes Barbosa